Ando tomando café por aí
Por ventura e sem caso
Para despertar quem sabe?
Para que eu desabe
De um sonho que virou de perto
Será este um sonho de esperto?
Ou um sonho de espeto ?
Não era desperto?
Léo Amorim
Palavras Soltas e Sorrateiras
Pontos luminosos brilham ali em cima
Logo aqui no morro da esquina
Espera dois ou três furtivos sons
Da poesia que não haverá fim
Escreverei até o enfim do infinito
Se é que é possível, até ficaria bonito
Não a razão muito menos sentido
No que vai sendo escrito
Mas tenho uma convicção
Que no final te fará pensar
Pois há algo de coerente
Basta olha da sua janela
E ter a mesma visão
Com chá de canela
Deitado no chão
Comendo pirão
Se vão
É sã
Rã
Ã?
Ser sozinho é assim bom
Com Powell a dedilhar na vitrola
Pessoas rindo lá fora
Alegrias, epifanias, cacofonias
Não há com o que se desiludir
Mas um gole no vinho aqui no meu canto
Escrevo mais uma vez e vem
O que há Parati também
Além de inspiração, poder e sedução
Este quarto do pânico de arte
Refugio onde me deixo parte
Silencio de frade
Sou pura falsidade
Léo Amorim